“assim
também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros."
Romanos 12:5
Eu sempre admirei a vida de um
ermitão. Ele não tem que se preocupar com a conta bancária;
não tem família pra cobrar
seus papéis sociais; está sempre em contato com a natureza; está distante dos refrigerantes
e afins. Parece uma vida saudável, boa e tranqüila.
Eu
com certeza entraria na fila dos candidatos a ermitão, se não fosse um pequeno
detalhe: Deus não fez o homem para viver sozinho. E eu não estou falando
somente da esposa ou do marido. Eu falo de toda a sociedade. Nós precisamos das
outras pessoas para crescer e amadurecer. Nós precisamos dos dons e talentos
das outras pessoas para suprir aqueles dons que nós não temos; não somos
capazes nem de fazer filhos sozinhos. O ermitão, por exemplo, não terá um
abrigo seguro porque não tem nenhum exímio carpinteiro que faça pra ele, não
terá conhecimento porque não há quem o ensine, não terá o prazer de repartir
suas histórias por não ter quem as ouça e a sociedade deixaria de existir por
falta de sexo se todo mundo vivesse nesse isolamento. Deus fez o ser humano
para viver em dependência dEle e, depois disso, viver na dependência uns do
outros.
Eu
perco a conta de quantos aprendizados eu recebi do meu próximo e
de quantas histórias vivi; e eu as guardo pra ilustrar os meus sermões. Lembro-me
de como Deus mostrou sua providência sustentando alguns irmãos em momentos
difíceis. Lembro-me também de muitas contribuições valiosas que recebi nas
escolas dominicais. Quantas vezes fomos incentivados a exercitar a reflexão e
olhar certos assuntos por outro ângulo por causa dos questionamentos dos irmãos.
Não resisto em relatar a hospitalidade de tantos outros que me receberam em
suas casas com deliciosos doces mineiros, sucos naturais e lanches caprichados.
Agradeço
a Deus por este tempo que passo junto dos irmãos; é uma bênção pra mim e pra minha
família. Que Deus igualmente os abençoe e os guarde.