segunda-feira, 24 de junho de 2013

COMO DERRUBAR UM MOVIMENTO POPULAR EM 6 PASSOS


1º Atire para todos os lados.  Exija melhoria na saúde, na segurança, na educação, no transporte, na política, etc. Assim ninguém saberá exatamente pelo que está lutando.

2º Nunca seja específico. Ou seja, nunca diga que área da saúde está mais crítica, nem na educação, nem na segurança, e assim por diante.

3º Escolha um carro chefe da manifestação. Mas tem que ser algo pífio. Por exemplo, talvez 20 centavos na passagem de ônibus.

4º O carro chefe tem que ser algo que o governo já planejava conceder. E que já havia manifestado o desejo alguns meses atrás. (algo fácil) Sei lá, talvez o governo estivesse querendo dar isenção no PIS e COFINS para redução da tarifa, por exemplo.

5º Não tenha um líder a quem se possa reportar. Líderes competentes, carismáticos, e reconhecidos conseguem manter um movimento por anos a fio.

6º NÃO TENHA uma estratégia bem definida. Deixe cada um fazer o que quer.


Qualquer semelhança com o movimento atual no Brasil é mera coincidência.

domingo, 23 de junho de 2013

Ainda sobre movimentos populares no Brasil

Com relação ao post anterior, quero acrescentar que não sou contra os movimentos populares.
Mas eles precisam ter alguns requisitos básicos para eu aderir.
Tem que ser organizado, com uma liderança clara para me representar e para eu ter quem cobrar. Essa liderança tem que ser competente e reconhecida.
Tem que ter uma pauta bem definida; eu quero saber pelo que estou lutando. Tem que ter valores morais sólidos, não quero gastar o pouquíssimo tempo que disponho com coisa supérflua. Pior no movimento atual é que agora estão lutando por tudo. Quem dá tiro pra todo lado acerta o que não quer. Quem quer tudo acaba não conseguindo nada.
Tem que ter uma estratégia coerente, civilizada e sem se esquecer do amor ao próximo.
Se não for assim, nós nos enquadraremos na definição de Gustave Le Bon relatado no post anterior.


Que Deus tenha misericórdia de nós.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

MARIA VAI COM AS OUTRAS.

Fico pasmo de ver como as massas lutam por 40 centavos diários. Pois é isso que eles vão economizar quando acabar todo esse movimento contra o aumento da passagem de ônibus.

Mas eu fico mais boquiaberto ainda de ver como se consegue (eu não sei quem conseguiu) movimentar as massas e fazer com que isso se torne uma febre nacional. Digo febre no pior sentido, pois não vejo sanidade no movimento que luta por coisas tão fúteis. Por que será que ninguém quis lutar contra a corrupção? Na verdade, parece que 600 lúcidos protestaram em São Bernardo.

Em seu Livro “The Crowd”, Gustave Le Bon escreve magistralmente: “Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto." 


A velha expressão popular “Maria vai com as outras” nunca esteve tão atualizada como nos últimos dias.