quinta-feira, 20 de junho de 2013

MARIA VAI COM AS OUTRAS.

Fico pasmo de ver como as massas lutam por 40 centavos diários. Pois é isso que eles vão economizar quando acabar todo esse movimento contra o aumento da passagem de ônibus.

Mas eu fico mais boquiaberto ainda de ver como se consegue (eu não sei quem conseguiu) movimentar as massas e fazer com que isso se torne uma febre nacional. Digo febre no pior sentido, pois não vejo sanidade no movimento que luta por coisas tão fúteis. Por que será que ninguém quis lutar contra a corrupção? Na verdade, parece que 600 lúcidos protestaram em São Bernardo.

Em seu Livro “The Crowd”, Gustave Le Bon escreve magistralmente: “Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto." 


A velha expressão popular “Maria vai com as outras” nunca esteve tão atualizada como nos últimos dias.

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